São dois exemplos típicos que podemos encontrar tanto no meio cristão como no secular. Como experiência própria, convivo com os dois lados e sempre ouço, da boca para fora, o músico cristão dizer que quando toca, louva ao Senhor e o secular dizer que é para sua satisfação pessoal. O músico secular sempre expressa o que acha, mas nem sempre se vê os verdadeiros sentimentos no músico cristão, infelizmente.
O músico cristão, em alguns casos, já decorou certinho o texto e para todos os irmãos da Igreja sempre diz a mesma coisa: "toco louvando ao Senhor!". Basta vê-lo executando o seu instrumento para perceber que ele também se satisfaz naquele momento, não (somente) em louvar a Deus, mas no prazer em tocar. Faz um verdadeiro "show" de demonstração de conhecimento e no fundo acha que está "abafando" e sua satisfação pessoal o impede de perceber isso.
Outras vezes quer mostrar à equipe algum acessório novo que comprou e seus recursos, mas acaba mostrando "pra Deus e pro mundo", exagerando nas demonstrações dos efeitos ou recursos nos ensaios e, conseqüentemente, nas missas, nos grupos de orações e nos demais eventos de nossa Igreja, fazendo com que a essência da música se perca. Parece uma criança que ganhou seu primeiro brinquedo ou uma bicicleta... Isso é uma ação típica do músico aprendiz que busca seu lugar no grupo.
O músico tecnicamente mais evoluído e com anos de estrada, vê as limitações de cada um e as respeita. Ele age como um verdadeiro mestre deve agir, reconhecendo os defeitos e virtudes de cada um.
Você poderá perceber que ele nunca vai humilhar ou se vangloriar no seu instrumento diante do aprendiz, mas ensinará pequenas técnicas, porque ele sabe que sempre o aprendiz deverá reconhecer suas limitações na vivência com outros músicos...
Certamente, o aprendiz poderá se sentir frustrado se achar que é o melhor (como todos os que acham que são os melhores), mas perceberá que tem muito a aprender. É assim que o aprendiz cria maturidade.
Quando um grupo não evolui coletivamente, existe um grande risco de criar-se uma dependência de uma ou duas pessoas do mesmo. Cria-se dependência em todos os aspectos, o que acaba gerando acomodação por parte dos de menor técnica. É isso que faz com que os mais técnicos acabem sendo imprescindíveis dentro do grupo. Será que não é o seu caso?
Experimente "tirar férias" de um mês do grupo de oração ou do local em que você ministra sua música. O que aconteceria? Certamente você ouviria de muitos: "como você faz falta!", ou ainda: "seu lugar é lá com o pessoal!". Mas você começará a perceber que o grupo trabalhará coletivamente, o que será saudável para que eles busquem o seu aprimoramento técnico e a Deus.
Devemos lembrar sempre que se sentirmos que somos imprescindíveis dentro do ministério é porque algo está errado. Em primeiro lugar, o único que deve ser imprescindível tem de ser Jesus e não nós. Devemos ser apenas instrumentos em Suas mãos.
Quando começamos a pensar que somos imprescindíveis, é porque ainda não amadurecemos e caímos em algumas tentações, como o da satisfação pessoal, que é gerada pelo prazer de tocar, pelo sentimento de sermos os melhores, que é gerado pela soberba resultante da nossa inexperiência de vida. O sentimento nos trai e acaba gerando em nós plena barreira de louvar ao Senhor, porque ficamos preocupados achando que o momento não fluirá quando estamos ausentes. Nos sentimos como o pilar que sustenta a equipe e acabamos sentindo orgulho disso. E quando estamos com esse sentimento, acabamos gerando uma barreira entre o ministério e a assembléia (povo de Deus).
Reflita sempre quem é realmente imprescindível em sua música: você ou Jesus. A soberba acaba causando impedimentos no louvor porque Deus resiste aos soberbos, mas dá sua graça aos humildes (Tiago 4, 6b; I Pedro 5, 5b). Deixe com que sua técnica cresça na humildade, seja companheiro, fazendo com que Cristo seja imprescindível na sua vida e reconheça a força de vontade de cada um em seu ministério. Faça com que a equipe cresça coletivamente, fazendo com que todos trabalhem em prol da missão de seu ministério e não dependa apenas de um ou dois que o façam. Assim a graça do Senhor estará sempre no meio de cada equipe e o "ministrar música" fluirá de forma harmoniosa e com muita unção.
Santa Cecília, rogai por nós!
Rafael de Angeli
rafael@canaldagraca.com.brCoordenador do Ministério de Música e Artes (RCC) da RP2 - Diocese de São Carlos-SP |
“ Que Deus nos abençoe, que Jesus nos dê coragem, que o Espírito Santo nos inspire e conduza, e que Maria, a Santa Mãe de Deus e nossa, vá à frente e nos faça ser fiéis à vontade de Deus “
Membros da Banda AMSG
terça-feira, 17 de setembro de 2013
VOCÊ SE ACHA TOTALMENTE NECESSÁRIO EM SEU MINISTÉRIO?
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